Mas você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com o mundo dos negócios se eu não trabalho com jogos?

Talvez no momento isso possa parecer distante para você, mas acredite, no futuro próximo os dispositivos de realidade virtual podem estar inseridos no cotidiano das pessoas de maneiras tão próximas quanto os celulares se tornaram hoje em dia.

Veja abaixo algumas das vantagens que sistemas de realidade virtual podem permitir ao mundo dos negócios:

1) Treinamento.

Essa pode se tornar uma das aplicações mais importantes da VR a curto prazo. Imagine treinar vendedores para uma situação de loja cheia sem ter que atrapalhar todo o funcionamento normal da loja? Em 2017 o Walmart utilizou um sistema de realidade virtual para fazer justamente isso. A gigante do setor de varejo precisava preparar seus funcionários para a enorme quantidade de vendas da Black Friday. Desta forma, os funcionários era treinados em simulações realistas de uma situação que viveriam na prática.

Em outros sentidos a realidade virtual pode servir como um formidável treinamento para pessoas que precisam falar em público com firmeza e segurança. O sistema chamado de Oculus VirtualSpeech propicia exatamente isso. Ele é formulado para o usuário treinar as suas habilidades de fala na frente de uma multidão de espectadores.

Outro exemplo muito importante da forma como a VR pode ser utilizada em treinamento é o setor médico, e isso já está acontecendo. Médicos podem simular operações de alto risco em crianças e se alguma coisa der errado, tudo que precisam fazer é apertar o botão de reset. Os sistemas são complexos ao ponto do rosto de enfermeiras reais serem escaneadas e mostradas na realidade virtual, permitindo uma interação muito mais próxima do real.

Essas são alguns exemplos das utilizadas da VR em treinamentos, as possibilidades são, na verdade, infinitas. Os custos para a criação de realidade virtual são muito inferiores aos custos de criação de um ambiente físico para treinamento. Imagine como isso pode mudar, por exemplo, o treinamento de astronautas.

2) Protótipos e testes em produtos

Essa é uma das qualidades mais legais que devem ser mantidas no fato dos empreendedores. As possibilidades da realidade virtual são muitas no que condiz a esse aspecto, especialmente na medida que os gadgets de realidade virtual se tornarem mais e mais populares.

A questão dos protótipos não é difícil de se imaginar. As impressoras 3D já abriram uma grande evolução nesse quesito, na medida em que propiciaram que protótipos de peças e partes na indústria pudessem ser feitos com muito menos desperdício e com material mais barato. No entanto, em um sistema de realidade virtual não existe custo material algum! E os protótipos digitais podem ser muito mais criativos e exuberantes, permitindo experimentações de todos os tipos e gerando uma economia de milhões em vários setores da indústria.

Empresas gigantes do setor aeronáutico como Boeing e Airbus tem utilizado espaços simulados para testar seus produtos sem precisar gastar muito material, tempo e mão de obra na criação de protótipos em tamanho real. É claro que existem os custos para a produção digital, tempo e mão de obra, mas a diferença entre as quantias pode ser muito significante.

O uso de testes desse tipo, além disso, pode ajudar a evitar problemas de design ou de funcionamento que trariam custos de pós-produção inesperados. É muito provável que no futuro recente esse tipo de planejamento e atividade participe ativamente do cotidiano das empresas.

3) A realidade virtual e os consumidores.

Nos dias de hoje a maioria das pessoas utilizam a internet para fazer compras. O mercado já está, a cada dia, mais virtual. Talvez uma das únicas limitações que permanecem e dificultam uma expansão ainda maior do mercado virtual é a impossibilidade de tocar, sentir, observar os produtos em suas reais dimensões.

Acho que o ponto já deve estar se esclarecendo: a realidade virtual pode revolucionar completamente a forma que as pessoas “olham vitrines” online. Nessas lojas virtuais os consumidores podem interagir com vendedores (que podem ser a versão na nuvem de um vendedor real), ou mesmo futuros operadores criados por realidade virtual.

Vamos supor que um cliente queira comprar um novo carro, talvez um carro que ainda não saiu do protótipo. No esquema de realidade virtual é possível fazer um test drive dirigindo em uma estrada deserta na Escócia, com paisagens exuberantes, sem sair de casa.

Além disso, sabemos que os sistemas de Machine Learning (conheça mais sobre essa tecnologia aqui) são baseados na coleta constante de informações dos usuários em suas constantes jornadas pelas vias da internet. Agora imagina a quantidade de dados possíveis aos sistemas de aprendizado automático caso os clientes caminhem e comprem em ambientes totalmente virtuais?

O que podemos esperar do futuro é que as tecnologias de realidade virtual mudem completamente a paisagem da relação entre compradores e vendedores, permitindo a habilidade de relações mais engajadas, personalidades e, verdadeiras.